segunda-feira, 24 de novembro de 2008


depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre. mas, pela primeira vez, triste por você. fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos de um homem e, ainda assim, não deixaria de olhar pra ele e ver um homem maravilhoso. você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. e sempre volta. volta porque pode até ter uma coxa mais dura. pode até ter uma conta bancária mais recheada. pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. mas não tem nenhuma melhor do que eu. não tem. porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. e, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. e, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. eu sei de tudo. mas chega disso. caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. e do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. e do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. sabe o que? eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. e eu corro todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto. e também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora. mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. e eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. coitado.

terça-feira, 18 de novembro de 2008


Diz o ditado que quem tem telhado de vidro não deve atirar pedra. Então tragam logo meu estilingue. Meu telhado é de cristal. Legítimo. Límpido. Transparente. Podem revirar meu passado, meu e-mail, agenda ou celular. Não vão encontrar nada. Não escondo nada. Não guardo mágoas, cartas, memórias. Não sei da vida de quem passou pela minha e não quis ficar. Não tenho rabo preso. Nem, tão pouco, relacionamentos mal resolvidos. Não tenho outras intenções que não as que eu digo.Tenho cara de menina. Não tenho tamanho de gente grande. Mas não sou criança. Assumo meus erros. Assumo responsabilidades. Entendo erros. Aceito desculpa. Mas repito: não sou criança. Se errou, assuma. Pediu desculpa? Faça por merecer o perdão. Se existe algo pelo qual eu prezo são os sentimentos. Meus e dos outros. A palavra dita não volta atrás. Então, não diga coisas só pra ofender alguém que você ama. Não magoe ninguém de graça. Não magoe mesmo se achar que esse alguém merece.Aprendi que uma coisa (mal) dita não tem nada que apague. A palavra proferida é um tiro na alma. Pode matar um sentimento. Pode acabar com o amor de alguém. Pode destruir uma amizade. Pode arruinar uma família. Uma palavra pode valer mais do que mil gestos. Pode machucar mais do que um tapa na cara. Pode separar mais do que a distância. Com palavras, eu magoei muita gente que eu amo. Eu perdi gente que eu amei. Mas foi só quando eu tomei uma surra de palavras na cara que eu aprendi. Quando uma pessoa me disse “some da minha vida”, eu respondi “vou sumir sim e você nunca mais vai ter notícia minha”. E foi o que fiz. Cumpri o que disse. As palavras dele se tornaram uma profecia que se realizou. E, desde então, meço o que eu digo. A palavra dita não tem volta. E, muitas vezes, fazem um relacionamento não ter volta também.Eu jogo limpo. Falo o que penso. Mas existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Existem mil maneiras de se dizer alguma coisa sem machucar alguém. Acredito que não é à toa que eu tenho uma certa habilidade com as palavras. É pra amenizar minha impulsividade. Imagino o estrago que seria uma pessoa sem freios na língua e com palavras ao léu. Se faço tudo errado, pelo menos, falo certo.E, pra mim, o certo é ser livre. Sou livre quando sigo o que sinto. Sou livre quando amo de verdade. Sou livre quando respeito aquele que amo. Sou livre quando faço o que quero. Sou livre quando digo a verdade. Porque só a verdade liberta. Só a verdade me permite olhar nos olhos de alguém e dizer o que tem que ser dito. Só a verdade me permite dormir todas as noites em paz com a minha consciência. Só a verdade permite que minha vida seja um livro aberto. Só a verdade me faz agir com transparência. Só a verdade me deixa tão livre, tão eu. Só a verdade me deixa tão presa a meus princípios. E só com princípios tão claros posso dizer o que sou: transparente.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008


Sou mineira, canceriana, falo pouco, gosto de Trident, de amigos, de Clarice, de Pessoa, de Quintana, de música, da noite, de chocolate, de fotografias, do verde, do branco, de poesia, de desenho animado......sou aquela que é diferente daquelas; aquela que ama, ama intensamente, sem limites, sem o pé no chão, aquela que se apega muito fácil, e nem sempre as pessoas sabem lidar com isso; aquela que não tá nem aí pro que você vai pensar ou dizer, porque ela sabe que o problema não é com ela, é com você; aquela que vive, faz acontecer, acredita nela mesma, é feliz, e sabe que na vida, é isso que realmente importa......leio bastante, nem sempre acordo de bom humor, gosto da lua, amo andar descalça, adoro cinema, tatuagens, palavras, nucas, mãos......tenho TPM, não fumo, gosto do vento, gosto quando dizem que beijo bem, gosto de tv a cabo, tenho medo de escuro, coleciono lembranças numa caixa, gosto do diferente ......gosto e uso óculos, gosto de purê de batata, do espiritualismo, não tenho ficha na polícia, tenho alguns bons amigos, calço 37, me expresso bem, sou romântica, adoro argumentar......gosto de escrever, gosto de sol, não gosto de perfumes doces, nem de sapatos de salto (usoa só as vezes), nem de acordar cedo, nem de música heavy metal, nem de banheiro de bar, tenho uma queda – algo bem próximo de um tombo – por voz bonita......sempre uso jeans e tenis, detesto quando sou muito impulsiva, tenho tendência a ser dramática, sou protetora de todos que amo, não gosto de fazer ginástica, adoro fazer amor: forte e transpirante, suave e com música, prefiro tudo sem ar condicionado, e com abraços apertados......adoro coca cola, tomar adess pela manhã e definitivamente prefiro viver a simplesmente existir.. Consegui me definir??

quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Não tenho porque esconder. Ontem, na frente dessa tela de computador idiota, eu chorei por sua causa. E não foi a primeira vez, você sabe disso. Mas talvez tenha sido a última. Chorei porque, finalmente, tive a coragem de te dizer que eu te amei. Chorei porque você me disse que também me amou. Chorei porque essa história seria linda se fosse uma novela mexicana. Mas é a vida real. E, na vida real, é tarde demais pra deixar o “te amo” pro último capítulo.Hoje, a história é bem outra. Meu coração já não dispara mais quando te vejo. Você é quase uma pessoa como outra qualquer pra mim. Quase. No fundo, bem lá no fundo, sei que você não é simplesmente um transeunte qualquer quando cruza meu caminho. Sei que você fez a diferença na minha história. E foi você quem me fez perder o medo de me jogar, de me atirar, de mergulhar de cabeça. Você que fez eu ter vontade de abraçar o mundo. De sair sem direção. De dizer o que eu penso mesmo que as pessoas não gostem. De dizer o que eu sinto mesmo que as pessoas se assustem. De não ter medo de me expor. De ser transparente. De ser eu mesma. Ainda que esse “eu mesma” seja tola. Seja ingênua. Seja criança. Seja desavisada. Seja apressada. Seja afobada. Seja histérica. Seja ansiosa. Seja imediatista. Ainda que esse “eu mesma” precise de alguém, às vezes, pra parar de ser isso tudo.Foi com você que eu aprendi que amar vale à pena, mesmo que dê tudo errado no final. Aprendi que, quando a gente está do lado de quem a gente gosta, basta estar ali, na companhia certa. Mesmo que ela não diga nada. Que ela não te toque. Que ela não te beije. Quando a gente está com aquela pessoa, só isso basta. Só estar ali. Junto. Basta o olhar. O cheiro. O silencio. O calor do corpo. O pensamento que está exatamente ali, naquele instante.Eu me lembro como se fosse ontem. Eu, apaixonada por você. Você, o mais galinha da turma. Eu pensei que eu era só mais uma. Você me disse que eu tinha prioridade. Eu ri da sua cara. Você me pediu em namoro. Eu disse não. Você ficou sem entender nada. Eu chorei a noite inteira. Você procurou um novo amor. Eu vi que tinha te perdido. Você se encontrou em novos braços. Eu fui atrás. Você disse que já tinha outra. Eu novamente chorei. Você começou a distrair seus sentimentos. E eu a me morder por te ver com sua nova namorada.E a gente nunca mais se encontrou. Não pra falarmos de nós dois. Nunca mais eu passei na sua casa enquanto você estava lá. Nunca mais joguei rosas lá nas noites de sábado sem nada pra fazer. Nunca mais você pôde implicar comigo por eu usar óculos maiores que eu. O destino (ou sei lá o quê) separou a gente pra sempre, sem que a gente percebesse.Agora, sete anos depois, você vem me dizer que me amou de verdade. Só que a nossa hora passou. Ou a gente deixou passar. Hoje, aí está você, feliz (???)Eu? Amei um ou outro cara. Me distraí com alguns. Mas aprendi a não deixar nada mais passar. Se a gente vai ficar junto novamente um dia? Não sei. O que sei é que o nosso tempo passou. E, quer saber? To chorando de novo depois de ter escrito tudo isso. Mas é um choro do bem. Um choro de alguém que aprendeu demais com você. Um choro de alguém madura o suficiente pra falar as coisas certas. Na hora certa. Pras pessoas certas. Ou pra falar as coisas erradas. Na hora errada. Pras pessoas erradas. Mas alguém madura pra simplesmente fazer o que está com vontade. Porque, daqui a sete anos, ou, quem sabe, 70, eu não quero lamentar ter perdido alguém por simplesmente não ter dito o que eu sentia.

terça-feira, 11 de novembro de 2008


Sempre ouvi minhas amigas dizerem que, enquanto não acharem o homem certo, vão se divertir com os errados(eu sou uma dessa q fala sempre essa frase rs*). Andei pensando sobre isso. A gente conhece os homens certos e pensa que são os errados, conhece os errados e pensa que são os certos. No fundo, no fundo, a gente nunca sabe. Já vivi casos dos mais malucos e, acredite, não é nada fácil saber quem é o homem certo e quem é o homem errado. Eu mesma ainda não sei. O que eu sei é que eu já tenho algumas pistas bem claras. E continuo errando.O homem certo é aquele que quer te encontrar sábado à noite. Então, ele leva a melhor pizza da cidade pra sua casa. Leva vinho – e melhor: leva taças lindas – e fica com você (lindo e cheiroso) na sua casa. O homem errado quer ir pra melhor festa da cidade no sábado à noite. Com ou sem você. De preferência, sem. Agora, se ele te encontrar (por acaso) nessa festa, ele vai jurar, de pés juntos, que estava afim de te encontrar naquela noite. Vai ver não te ligou porque acabaram todos os telefones do mundo.O homem certo telefona pra você e faz o convite: vamos fazer alguma coisa hoje à noite? Ele quer sua companhia. Liga pro seu celular às sete da noite pra garantir que você não vai arrumar nenhum programa melhor do que sair com ele. O homem errado te liga meia-noite e pergunta onde você tá. Claro, ele saiu e viu que a noite dele não ia dar em nada, então, resolveu te ligar. Muito provavelmente, você era o último número discado no celular dele. E, mais provável ainda: se você não atender, ele disca a próxima letra da agenda.O homem certo te chama por apelidos carinhosos. Você é a Ju. A Renatinha. A Carol. Ou a Mi. O homem errado evita pronunciar seu nome em qualquer que seja a situação. Por razões óbvias: ele corre um sério risco de confundir seu nome com o de alguma outra baranga que ele pega. E, pra não confundir Gracielle com Graziela, ele evita pronunciar seu nome a menos que seja estritamente necessário. Quando quer falar com você, as frases começam com “ow”, “aqui” ou “véi”. Aff.O homem certo quer te conhecer melhor. Pergunta sobre sua família, quer saber quantos irmãos tem. Quer saber dos seus valores. Do que você faz. Dos seus planos pro futuro. Dos seus objetivos na vida. O homem errado quer saber a cor da sua calcinha.O homem certo diz que você está bonita com aquela calça nova. Elogia seu bronzeado e pergunta se você tem tomado sol. Repara em você. Repara se você está com uma carinha triste. Se está feliz. Se está passando mal-quase-morrendo no meio da festa. Pergunta se você melhorou, no dia seguinte. O homem errado nunca a elogia porque não repara em você. Só fala você é sarada (isso seu espelho já diz). Que você é gostosa. Gostosa o escambau!E eu já não sei mais de nada. Se me divirto com os homens certos ou se insisto nos homens errados. E acabo procurando príncipes e beijando sapos. E beijando príncipes que viram sapos. E preferia não saber de nada disso pra continuar me divertindo e dando risada. Ainda que de mim mesma. Ainda que dos meus tropeços. Das minhas mancadas. Das escolhas erradas. E até dos homens errados. Queria rir disso tudo. Mas simplesmente não consigo. Não consigo fingir que não é comigo. Porque sou eu que me ferro por achar que o homem errado é o homem certo. Ou por dispensar o homem certo achando que era errado. Ou por fazer tudo errado. Sou eu que analiso, o tempo inteiro, as situações. As atitudes. Os mínimos detalhes que passariam despercebidos. Tentando fazer com que o homem errado pareça o homem certo. Tentando justificar, pra mim mesma, porque é que eu perco tanto tempo com aquele cidadão que não merece um minuto. Tentando achar defeitos no outro cidadão que merece a vida inteira. Tentando estabelecer rótulos do que é certo ou o que é errado ao invés de simplesmente viver sem tentar entender. Sabe de uma coisa? Vou me divertir sozinha mesmo enquanto não me encontro.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


Por que algumas pessoas jogam o tempo todo umas com as outras? Por que uma mulher que se diz tão bem resolvida se sabota tanto? E, no dia seguinte, acorda com uma ressaca moral infinita por ter feito tudo errado. Por não ter agido da forma que ela gostaria. Por planejar as coisas ao invés de simplesmente deixar rolar.Logo ela. A tal mulher que diz que não tem mais idade pra joguinhos. Essa mesma mulher que joga o tempo todo. Que diz que fala o que pensa, mas que mede as palavras. Que diz que age por impulso, mas que calcula cada movimento (dela e dos outros). Que faz planos pra noite toda na sua cabeça, pensando que, assim, nada vai dar errado. E dá. Sempre dá.Então essa mulher sai com aquele carinha bacana que ela está afim de beijar. Aquele cara que ela já beijou algumas poucas vezes (menos do que ela gostaria). O cidadão a convida pra sair. Busca a mulher em casa. Eles vão pra balada com mais alguns amigos dele. Só que a mulher resolve bancar a difícil. E é aí que ela começa a fazer tudo errado. Fazer joguinho. Dar pistas falsas. Fingir que não está interessada. Fingir que só saiu pra se divertir. A menina mulher se comporta como uma pessoa que não está afim do cidadão. Bebe. Finge que está ligeiramente bêbada. Conversa com todas as pessoas da noite menos com o cidadão. Encosta na parede mais longe com seu copo de caipi-kwui na mão. Assenta no lugar mais afastado. O cidadão não entende muito bem o que está acontecendo. Mas ela entende. Ela calculou friamente como tudo iria acontecer. E ela pensa que deveria agir de forma a não parecer interessada. E é assim que ela se comporta a noite toda. Fria. Distante. Rindo com outras pessoas. Sem trocar uma palavra ou sorriso com quem realmente deveria. E o resultado disso vem exatamente às 2h35 da manhã. O cidadão beija aquela menina bonitinha, fofa e que estava dando mole pra ele há mais de meia hora. Ali. Bem diante dos olhos da mulher que acompanhava tudo. Perplexa. Sem acreditar no que via. Sem saber pra onde olhar. Tentando disfarçar seu desconforto. Mais uma vez jogando e fingindo não se importar. A cidadã age como se nada tivesse acontecido, reforçando o pensamento do cidadão de que ela realmente não estava interessada e que ela não se importou com o fato de ele ter beijado outra na sua frente. A cidadã vai pra casa se sentindo um lixo. Se sentindo menor do que aquele pedaço de kwui em sua caipi-vodka.E, no dia seguinte, mal abre os olhos e lá está ela: a tal ressaca moral. Que não deixa ninguém dormir de manhã. Que fica batendo na cabeça como um martelo bêbado. Que a faz ter raiva de si mesma. Por se sabotar tanto. Por não se permitir ser ela mesma. Por não se permitir viver livre de regras. Livre do tal “o que as pessoas vão pensar”. Por pensar o tempo todo. Por esquecer que ela é humana e não precisa ser uma super-mulher 24 horas por dia. Por se testar o tempo inteiro. Por achar que ela precisa ser magra, inteligente, linda e sarada pra ser amada (por ela mesma, inclusive).Ainda bem que é segunda-feira. Dia oficial de começar coisas. Começar um parágrafo novo. Acabar com todas as interrogações e colocar um ponto final. Começar uma nova fase com o coração fechado pra balanço. Desculpe-nos o transtorno, mas a menina mulher está em obras por tempo indeterminado. Esperamos que, em breve, ela possa retornar. Livre das regras que criou pra si mesma. Livre das pessoas descartáveis que ocupam seu tempo. Livre dessa mania de querer dar palpite no destino. E presa somente a uma ordem: seguir seu coração.

sábado, 8 de novembro de 2008


Aquele surfista me parou. Me segurou pelo braço. Me encostou na parede. Deixou minhas pernas bambas. Meu coração disparado. Parou meu mundo por um segundo. Com aquela pele bronzeada. Aquele cabelo castanho claro atrapalhado. Aqueles olhos cor de mel. Aquela boca com gosto de “te quero”. E aqueles braços fortes pedindo “me beija”. Aquele sorriso de um lado só da boca. Meio tímido, meio tarado. E completamente apaixonante.Bastou um olhar pra eu achar que ele valia a pena. Não era um olhar qualquer. Era aquele olhar que me arrancava a roupa em pensamento. Sem pudor. Em público. Estático. Um olhar que me deixou seca. Que me tirou do prumo. Que fez eu esquecer que nós dois estávamos respectivamente acompanhados. Fez eu lembrar que eu preciso da emoção. Do desafio. De alguém pra quem olhar e pensar: é você que eu quero agora. Preciso ter você pra mim.E aquele surfista era a materialização de tudo que eu queria. Aquela cara de mau, aquele olhar de menino. Definitivamente, não era o genro que minha mãe pediu a Deus. Mas certamente era o cara que minhas amigas pediriam emprestado se eu o tivesse pra mim. Se eu o tivesse. Por mais de um segundo. Por mais do que aquelas noites breves. Por mais do que aquelas conversas virtuais. Aqueles papos infindáveis na webcam. Eu até aprenderia a surfar. Trocaria meu bronzeado-de-piscina-do-interior-longe-da-praia pela cor dourada das ondas do mar. Trocaria os dias cinzas na metrópole pelo pôr-do-sol na beira do mar. Pelo céu azul de lápis de cor. Trocaria todas as minhas neuroses, minhas dores de cabeça, meus problemas existenciais por aquele surfista na areia da praia. E minha maior preocupação seria com o tamanho das ondas. Com o Sol. A Lua. A chuva. As nuvens. E as estrelas. E tudo mais que se classifique como fenômeno da natureza.Mas, sem dúvida, aquele surfista é o maior de todos os fenômenos. Um eclipse na minha vida que só acontece de tempos em tempos. E que ganha matéria de capa. Primeira página. Rouba a cena. E me rouba de onde eu estiver. Me faz largar tudo. Jogar tudo pro alto. Porque ele é um espetáculo à parte. E me tem sentada na primeira fila. Ali. Babando. Rindo com aquela cara boba quando ele me chama de linda. Ficando com as bochechas rosadas quando ele diz que me quer. Sentindo um arrepio na espinha quando ele fala que vai me agarrar.Faz isso. Me agarra. Me joga em cima dessa prancha sua. Me leva pra alto mar. Me tira o fôlego e me faz respiração boca-a-boca. Se não souber, eu te ensino. E você me ensina a surfar. A gente tem mesmo muito o que aprender um com o outro. Somos de mundos diferentes. O Sol e a Lua. O garoto da praia e a patricinha caipira. O garoto do mundo e a menina do interior. Suas havaianas e meu salto agulha. Seus cabelos que nasceram castanhos e os meus que se tornaram Vermelho Rubi 664. Sua prancha de surfe e meu celular a tiracolo. Suas bermudas floridas e minhas calças jeans. Seu jeito leve de viver a vida e minha correria do dia-a-dia. Suas manhãs na praia e minhas noites na internet. O surfista e a marombeira.Foge comigo pra uma ilha deserta?

Na próxima encarnação , eu quero voltar homem. Tenho pedido isso todos os dias nas minhas orações, porque acredito que, se eu fosse homem, minha vida seria muito mais fácil.Eu quero voltar homem pra achar que futebol é a coisa mais importante do mundo. Pra conseguir odiar o Eurico Miranda num dia e amá-lo no outro. Pra saber de cor e salteado a escalação de todos os times de todos os campeonatos (suma importância!). Para que minha maior referência histórica seja a escalação completa da seleção nas copas de 1970, 1974, 1978....Pra achar que eu posso pegar tanto mais mulheres quanto mais caro for meu carro. Tanto mais mulheres quanto mais gorda for minha conta bancária. Tanto mais mulheres quanto mais eu mentir para seduzi-las. Para achar que a cerveja é minha melhor companhia. E que estar embriagado é o melhor que eu posso fazer por mim antes de “pegar” uma mulher. Pra achar que eu preciso me fazer de bom moço pra levar uma mulher pra cama (enquanto tem tanta mulher fácil por aí, né?!). Pra conseguir classificar as mulheres em “fácil” e “difícil” me baseando em um único critério (precisa explicar qual é???).Vou querer ser homem para que minha maior preocupação com o futuro se resuma a “quem vai ser a próxima capa da Playboy?”. Pra não fazer a mínima idéia do que se passa na cabeça de uma mulher, mas conhecer até o útero da Sheila Carvalho. Pra nunca ter tempo pra ler sites com conteúdo, mas visitar 50 sites pornográficos por dia. Para pensar que os e-mails mais interessantes são aqueles de mulheres em poses ginecológicas. Pra pensar que mulher é um objeto. Um decote. Um rabo de saia. Uma bunda de 102cm de diâmetro. Um par de peitos de 250ml cada um.Vou ser homem pra achar que não preciso ter vaidade nenhuma e que ninguém se importará se minha barriga mais parecer uma nhá-benta. Ou pra passar as tardes na academia, tomar bomba e ficar medindo meu bíceps com do meu amigo no espelho. Pra achar que um braço de 40cm é mais importante do que um QI de 130. Pra ler tudo sobre hemogenin, deca-durabolin, winstrol e durateston, mas nunca ter lido Nietzsche.Definitivamente, preciso ser homem na próxima encarnação. Mas, enquanto esse dia não chega, continuo aqui. Mulher. Complicada. Ruiva. Nada burra. E apaixonada por esses homens.P.S.: Homens da minha vida, não fiquem bravos comigo. Mas é que, realmente, não ando muito bem com vocês!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


Entenda de uma vez por todas: eu não agüento mais fingir que não te quero. Cansei de fazer o seu jogo. De fingir que não estou nem aí. De me segurar cada vez que tenho vontade de te ligar pra falar de nada. De fingir que não te vejo toda vez que a gente se encontra por aí sem querer. Quer saber a verdade? Eu gosto de você. E, por mais que doa em mim admitir isso, acho que passou da hora de eu te dizer.Assumo: não sei jogar. Sempre que tento, perco. Sempre que jogo, me jogo. Arrisco. Não sei falar frases pela metade. Não sei gostar pela metade. Não sei estar com alguém pela metade. E muito menos vou aceitar suas metades. Cansei de ser a sua segunda opção. De ser o seu refúgio da madrugada. Cansei de ser a carinha bonitinha que você encontra de madrugada e jura amor eterno.Posso repetir quantas vezes for preciso pra você entender: suas palavras não valem nada. É sua atitude que conta. Se amar for isso, então, vá amar outra mulher. Vá fazer outra de trouxa. Vá jurar amor eterno numa noite e ser visto com outra mulher no dia seguinte. Sinceramente, não entendo. Se me ama, me prove. Coloque seu coração à prova. Porque eu cansei de colocar o meu. Cansei de dar a alma pra bater. Cansei de esperar por seus telefonemas. De esperar por você. De acreditar em você. Você diz que me ama mas nem ao menos me conhece. O que você sabe sobre mim? Meu nome? Meu sobrenome? Que eu gosto de chocolate? Que eu gosto de música eletrônica e de Madonna? Pouco. Você não me conhece. Não conhece meus sonhos. Não esteve no meu passado e é muito provável que não esteja no meu futuro.Sabe de uma coisa? Eu mentia pra você quando me mostrava apenas como um corpinho legal. Tudo mentira. Aqui neste corpo, meu bem, tem uma cidadã completa. A mesma cidadã que te abraça e faz carinho no seu cabelo enquanto você dorme. A mesma cidadã que esquenta seu corpo nas madrugadas quando seu celular só precisa discar um número. A mesma cidadã que te atende prontamente de manhã, de tarde e de noite. A mesma cidadã que responde todas as suas mensagens sexta-feira à noite enquanto espera, de você, um convite seu pra sair. A mesma cidadã que finge o tempo todo pra você que não te quer só pra fazer o seu jogo de não-querer. A mesma cidadã que se deixou levar pelo seu papo mole e agora percebe que o mais mole é você. A mesma cidadã que banca a durona do seu lado. A mesma cidadã que nunca vai jogar com você.Queria fazer o seu jogo, só pra ver você perder

terça-feira, 4 de novembro de 2008


Pelo o que me diz respeitoEu sou feita de dúvidasO que é torto, o que é direitoDiante da vidaO que é tido como certo, duvidoE não minto pra mimVou montada no meu medoE mesmo que eu caiaSou cobaia de mim mesmaNo amor e na raivaVira e mexe me complicoReciclo, tô farta, tô forte, tô vivaE só morro no fimE pra quem anda nos trilhos cuidado com o tremEu por mim já descarrilhoE não atendo a ninguémSó me rendo pelo brilho de quem vai fundoE mergulha com tudoPra dentro de siLá do alto do telhado pula quem quiserSó o gato que é gaiatoCai de pé...(Martha Medeiros)